quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Reflexos.

Todos nós somos construídos, somos formados, somos reflexos daquilo que nos rodeia. Principalmente no período da infância onde a criança agrega e forma seus valores que são vindos de outras pessoas, normalmente do âmbito familiar, de convivência, ou até mesmo televisivo. Não tendo obrigatoriedade de a criança assemelhar-se com os pais ou familiares, de certa forma, algumas vezes há uma peneira, o que não é muito frequente. Na minha casa somos três irmãos, o mais velho 23, eu 17, o menor 9, meus gostos musicais são exatamente iguais ao do mais velho, exceto o sertanejo que troquei pelo rap, já o menor canta funk ostentação... Eu e o mais velho costumávamos tomar água sem copo, logo o menor começou praticar a mesma ação. É nítida as semelhanças, isso ocorre pelo fato de que para a construção individual utiliza-se de exemplos coletivos. A formação de um indivíduo exige um exemplo que serve como um modelo de construção para sua formação como pessoa. Isso não quer dizer que uma criança nascida na favela vá ser traficante ou ladrão, mas tem uma tendência a se apropriar das formas utilizadas de suprir as necessidades daquele local, o que não impede que o mesmo possa a vir a ser um profissional formado academicamente. O que também não livra um filho de médico de vir a ser um ladrão ou traficante, contraria um pouco a tese de reflexo, porém, no âmbito de convivência esse indivíduo pode vir a ter contato com esse tipo de prática, que faz com que ele se torne um criminoso. Lembrando um pouco das aulas de filosofia, o mestre certo dia falou sobre facticidade e transcendência, que nada mais é, facticidade é aquilo que já existe antes de você e lhe é atribuído assim que nasce, e a transcendência é o ato de romper com a facticidade, podemos usar um exemplo relacionado ao trabalho, uma criança, no caso menino, que é filho de um pedreiro tendo uma condição financeira ruim, pode muito bem transcender seguindo uma outra profissão e mudando a sua condição financeira. Contudo, ninguém nasce ladrão, ninguém nasce traficante, ninguém nasce médico, ninguém nasce atleta, apenas se formam, alguns de forma 'boa' outros 'ruim'. Se certo alguém transforma-se em criminoso, houve uma formação, e para que não haja mais formações como esta, deve de haver estudos a respeito da 'má influência' para que não venha a se repetir, mas como isso "não" é muito interessante, e necessita de aprofundar, continua-se formando essas pessoas que num futuro próximo causam transtornos para a sociedade. Então, tente ser um bom exemplo, não é questão de ser politicamente correto, ou algo do gênero, mas tente ser alguém que tenha uma influência positiva na vida de outras pessoas. E para fazer isso, não precisa ter mais de 17.

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