segunda-feira, 8 de setembro de 2014

"Lembrei de alguém que não está mais com a gente".

Repetidas sonoridades à francesa, acompanhando uma tempestade de despedidas de desconhecidos a um irmão de rodas, desconhecidos ao prazer de conhecer, mas íntimos quanto o prazer do "rolê" e partilhar dos sonhos.
Pelas palavras dos mais chegados era bastante amado, e ainda o é em cada coração d'outro. Ainda ontem foi citado a sentença, "morra como herói, ou viva tempo bastante para se tornar um vilão". Não que o posto heroico seja bom ou ruim, longe de qualquer dicotomia, até mesmo de vida e morte, até porque, o coração pode não mais bater, mas a vida sempre existirá no existir do outro. E se existe pelo outro, é porque foi eterno em sua breve existência de 17.
Entristece-me saber que nosso querido cerrado não foi digno de sua vida plena, que um outro o tirou do maior ofício social. Que pelos chãos que passastes com as rodinhas acomodará seu corpo a partir de então.
Desconheço "pr'além"  dessa etapa, mas a desejo da melhor forma possível, se é que da pra ser. Agradeço por representar nossa "classe", está marcado e marcou por isso. Salve!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O menino deixa os 17, mas os 17 não deixa o menino e vice-versa.

*Escrito na madrugada do dia 11/08. Hoje dia 11 de agosto de 2014 é sem dúvida um marco na vida do menino, seja no pleito simbólico ou concreto. Hoje assumo uma postura social diferente da qual ocupava, tanto para o imaginário social como para a sociedade civil, tendo a possibilidade de novos gozos e também consequências. Apesar dos novos 18, ainda quero falar dos 17, não que seja uma obsessão por tal, mas apenas uma ressalta de gratidão rs. O meu intuito em criar o blog com o título de ' ele é menino, só tem 17' deve-se ao fato de que em muitas situações a contribuição da menoridade é irrelevante, ora pelo posto social ocupado, outrora pela não exerçam de determinadas atividades, essa foi uma forma de tentar romper alguns paradigmas da imaturidade e em outros momentos afirma-la. Uma forma de ser ouvido, de ter um discurso relevante, de poder gerar reflexão. 
Imagino ter sido eficaz em meu objetivo, a magia da escrita me atendeu em diversos momentos, desde o peso até a leveza, e como me sinto leve, e sou grato por sentir. A escrita me serviu em ocasiões de sufoco e euforia, da agonia pré-vestibular a belas comemorações. Os 17 é uma idade muito gostosa, imagino que do meu modo tenha aproveitado bastante, e ainda o vou, porém agora com a soma de um ano a mais, ainda poderei fazer várias pontuações desses anos, afinal os tenho em mim. De todo modo é sempre bom crescer, não que a idade seja o modo de dotar crescimento, mas em parte contribui. E como tenho crescido! Me sinto realizado ao debruçar o olhar para trás, e mais ainda, ao mirar os olhos para frente enxergo muita perspectiva, pela fresta da janela de um ônibus de viagem as 4 e 45 da manhã a quase mil quilômetros do ninho e do que ele cerca fisicamente para mais um semestre, vejo um mundo de possibilidades esperando por mim, para ser vagado, admirado e amado. Enfim, tenho muito a conhecer, a aprender, a apreender, desde que uma moça portuguesa simpática que adora postais reprova determinadas movimentações históricas de seu povo, até que um rapaz que gosta de laçar e rodeio pode ter ideias bacanas, aprendizado de viagem. Só tenho a agradecer por estes anos, pelo cativar de cada ser que tive oportunidade de conhecer, que venham os 18, mas que não se vão os 17.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Em nome de quem? Eu só peço a ...

Confesso que sempre quando ouço a expressão " Em nome de ...", tenho certo receio, pois para mim cai como justificativa de uma ação ou profecia que desencadeia comportamentos, e estes serão pautados na integra como vontade de tal divindade/entidade, desconsiderando a invalidade e/ou cunho maléfico.
Outra grande questão relacionada a isso é a limitação que normalmente é exercida por essa expressão, porque ao proferir a frase há um direcionamento para um único ser, excluindo todos os outros possíveis seres, e até mesmo instituído um para os que não crê.
Entretanto o "não expressar" pode ser uma afronta para quem possui a crença, e não deixa de ser uma limitação. Sendo assim, enxergo um empasse no que diz respeito a essas situações e acredito que há locais e momentos "mais pertinentes" para tal, que carece do senso individual como norteador.
Com tantos conflitos turbulentos e massacrantes acontecendo pelo mundo, eu só peço a paz, muito amor e mais humanidade por nossa parte, em nome de qualquer Deus/deus, de qualquer forma, quantidade ou inexistência.
Essa música me levou a escrever, muito bonita/interessante por sinal:

"Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia 
Solitário sem ter feito o q'eu queria
Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria
Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente
Eu só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda fome e inocência dessa gente

Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente

Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente"
Peço para que quem leia atribua a sua crença, caso não tenha, fica ainda mais livre a atribuição. Mas aprecie bem a letra.
Afastai-nos da indiferença a frente de tanta crueldade e falta de humanidade protagonizadas por nós.

Desculpem-me os que sentirem-se ofendidos, este não é o intuito, sendo a reflexão almejada. 

Estou tendo.

Saudade... É, saudade. Você está, ou tem?
Vejo muito dizerem que estão com saudade, mas prefiro dizer que tenho saudades, da um ar de propriedade, que está estreitamente vinculada a minha pessoa para com algo, que é meu porém despertado por algo, ai então sentido.
Porque o estar, pode ser passageiro, assim como eterno, não vou me intervir no seu sentir.
* Até aqui foi escrito no dia 30/07.

* Hoje é 04/08 e ainda tenho, sinto e reflito sobre saudade.
Algumas pessoas utilizam a ducha para tomar banho, outras para cantar, hoje além de "brincar" com água e energia exercitei a reflexão. O que me veio a pensar foi em relação a saudade, que não ouso a dizer o que seja, a única certeza que tenho é a de ser um sentimento e muito além de apenas um sentimento.
Acredito que seja  algo constante, que temos não só na despedida, mas tão quanto ou até mais no encontro, pois é onde surge a primeira possibilidade de uma distância que possa evidenciar a saudade. Voltando pela constância, a que está em todo o momento existindo e sendo sentida, porém só é citada quando o ser/objeto não está mais (tão) presente. Para alguns pode soar um pouco "maluco" sentir saudade do que está próximo, afinal, está próximo. Prosseguindo audaciosamente (rs), a saudade é uma forma de amar, a saudade é amar, só não sei se o amor está na saudade, ou a saudade está no amor, mas creio que sejam complementos essenciais de uma preciosidade inestimável.
A saudade não discrimina, ela é sentida por todos e para tudo. Sejam físicas ou não físicas, além de qualquer limitação.
Caçando versos sobre saudade, reencontrei e identifiquei com este:
E é só você que tem 
A cura do meu vício 
De insistir nesta saudade
Que eu sinto de tudo
Que eu ainda não vi.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Você é o que defende, ou defende o que é?

Por possuir posicionamento político, no que trata-se de debates e discussões, acabo que entrando em várias delas, em posições e condições das mais diversas, além de replicar certas inclinações em redes sociais na forma de discurso. E constantemente um dos argumentos proferido a minha pessoa é o de "então você é ...". Não! Não sou, e não teria problema algum em ser ou parecer ser. 
Este é o motivo do título " você é o que defende, ou defende o que é?", para defender o movimento de mulheres que luta pela igualdade de gênero e autonomia da mulher, não preciso ser mulher. Para defender a liberdade sexual e afetiva de casais homoafetivos, não preciso ter relações homoafetivas. Para defender igualdade racial e ser contra qualquer discriminação de tal cunho, não preciso carregar na pele a tonalidade escura. Para defender a causa indígena de reapropriamento de suas terras sagradas, não preciso ser indígena nato. Para defender que pessoas em condições de rua deva possuir moradia digna, não preciso estar na mesma condição. Para ir contra o sistema vigente, não necessito ir para outro país. 
Para defender pessoas que encontram-se em vulnerabilidade econômica, não preciso estar na mesma situação.
Até mesmo porque posso não me enquadrar nestes padrões, mas partilho de determinadas semelhanças, assim como muitos, além dos ideais. No caso das mulheres, a única distinção é um cromossomo Y ao invés de dois X. No caso de homoafetivos, a única distinção é possuir relação heterossexual. No caso dos negros, a única distinção é a tonalidade da pele, por fatores genéticos relacionados a melanina, que apesar de não ser expressa fenotipicamente, estar implícita no meu genótipo. No caso dos indígenas, a distinção está relacionada a "descendência direta", pois habito as mesmas terras e possuo descendência em grau mais distante. Entre outras situações de semelhanças. 
O fator de maior expressão está relacionado a essência, o ser humano, partilhar a mesma espécie, esse fator tem extrema relevância ao determinar a legitimidade de minhas causas. E se para que você defenda algo necessita se enquadrar nos padrões que defende, para mim chama-se apenas interesse, na mais baixa relevância do termo, o que ultrapassa essa zona, colocando em evidencia, para mim, chama-se ideais, e são por eles meus discursos, ou melhor, pelo que eles possam vir a resultar. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Qual a graça da desgraça?

Depois de alguns meses tenho o desprazer de assistir o jornalismo sensacionalista estúpido que é realizado pelo programa "Cidade alerta" da TV Record. É entristecedor ver que a ignorância continua sendo propagada da mesma forma mesmo tendo se passado alguns meses, aquele típico jornalismo medíocre que "sensacionaliza" as desgraças sociais de nosso país, que trata de forma naturalista situações horripilantes e ainda faz piadinha com as mesmas, que infelizmente por seu status de hospedagem torna-se formador de opinião aproveitando da fragilidade de esclarecimento de boa parte da população. 
A mocinha, âncora (temporária pelo que percebi), com seu blazer de tonalidade mostarda, que ostenta com gosto o sapatinho novo, emiti um discurso nada elegante. Ao relatar um evento onde um cidadão encontra-se chorando após ser detido cometendo crimes, ela inicia um diálogo não recíproco com a figura da filmagem do indivíduo, e sua fala tem predominância de consequências do ato do rapaz para a sociedade, mas em momento algum, em nenhum momento, questiona ou sequer elucida as consequências da sociedade para o ato do indivíduo, demonstrando erroneamente que o indivíduo atua na sociedade, mas a sociedade não atua no indivíduo. Um pensamento simplista, sensacionalista, que visa apenas os interesses da emissora na conquista do público. 
A postura de todo o corpo que compõe o programa e até mesmo da emissora, é digna de nojo e total repulsa por minha parte. A degustação das desgraças da sociedade por esse tipo de trabalho é uma afronta a todos os direitos legitimados pela declaração universal dos direitos humanos, já que a função destes jornais é unicamente de fazer grandes circos com tragédias. Nesse raciocínio as desgraças da sociedade são eventos benéficos para esse tipo de jornalismo, pois degustam de tais, e se eventualmente esses casos fossem extintos esses programas não teriam com o que "sensacionalizar'", os urubus teriam que procurar outra carniça, logo possuem função de manter essas atrocidades. Fazendo uma breve comparação, na copa quando ocorre invasão de campo, a televisão imediatamente volta a câmera para outro lado e não mostra o ato, com justificativa que isso contribui de forma a incentivar que atos semelhantes aconteçam, trazendo isso para a mediocridade realizada por jornais sensacionalista, além de transmitir fazem um showzinho do evento, dessa forma fica o questionamento, qual o peso dessas situações para a sociedade, e até que ponto podemos aceitar isso, lembrando que esses programas não passam de produtos que nos são vendidos, o que me faz temer por ser um reflexo da sociedade, se é vigente pessoas partilham desses absurdos, que em minha concepção se da pela ignorância mantida intencionalmente. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Doutrum dia.

Hoje arrumei-me como se
esperasse por alguém

Entoei uma canção como se
destinasse a alguém

Então vi que era para mim,
Contemplei-me com afagos.