quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Ego, ego, ismo!

Egoístas! É exatamente isso que nós somos, e infelizmente, progredimos cada dia mais nesse âmbito. O que é desesperador, mergulhados em nossa medíocre vaidade. O egoísmo está em todos os aspectos, nos mais profundos, aos mais banais... Analisemos fatos, estava eu e mais três amigos, tínhamos pouca grana, mas tínhamos, estávamos com fome, então tratamos de ir comprar algo para comer, cada um se apossou de quatro unidades de salgados, a nossa fome não ia além de dois, mas como tínhamos em mãos, foram os quatro, dai a pouco, diversos moradores de rua, em situações deprimentes movimentam-se em nossa volta, paremos para pensar, poxa, por que não cedi um salgado a algum daqueles indivíduos? Já que tinha quatro, um a menos não faria diferença, mas por conta de diversos motivos relacionados ao egoísmo, eu e meus colegas ficamos satisfeitos com aqueles salgados, enquanto diversos outros indivíduos sentiam a terrível e real, fome. O egoísmo está se tornando algo cultural e cultuado, as novas gerações são apresentadas precocemente a essas condutas. Pode-se perceber quando uma criança ganha um brinquedo, dificilmente compartilha aquele objeto com alguém, é como se fosse algo raro e intocável, o sentimento de posse toma conta da pessoa, ao ponto de se tornar obsessão. As nossas belas estatísticas não contrariam, inúmeras mulheres são violentadas por essa razão, a obsessão repugnante de seus parceiros. É estranho, ou talvez claro, que em boa parte das coisas ruins está relacionada ao sistema. Basicamente, nossa polícia existe para proteção de propriedades privadas, por esse e outros motivos que temos a “necessidade” desse tipo de serviço. Quando uma pessoa pratica uma ‘boa ação’, entorno desse fato há uma exaltação, por quê? Por que estamos tão acostumados com o individualismo e o egoísmo, que quando deparamos com situações diferentes ficamos um pouco espantados de início, e logo depois admirados. Mas é onde está o ponto, isso devia ser algo natural, o que talvez era para ser natural, não é natural. É mais uma inversão de valores, que estão relacionadas, quando vemos uma noticia de um assassinato reagimos de forma natural, é a parada do ‘acostumar’, estamos tão acostumados com coisas desse tipo, que acaba se tornando normal, e que evolui para a comodidade, não pensamos que aquele indivíduo que acaba de falecer tinha uma família, uma história, uma paixão, uma parcela da vida passada e outra que viria a acontecer, porque acaba que se tornando só mais um, dentre tantos outros. Até mesmo os sentimentos foram englobados, enquanto há a satisfação individual, pouco importa o outro, que talvez por esse motivo de satisfação alheia esteja em um péssimo estado. Existem pessoas que se diferenciam da maioria nesse aspecto, mas são poucas, que por esse fato tenho enorme admiração, espero que possamos transcender esse falso comum, que num futuro imediato as pessoas tenham respeito e solidariedade apenas pelo fato de serem humanas, não por graus de parentesco ou proximidade. Mas enquanto predominar o “cada um com seus problemas” essa será a nossa triste realidade. Afinal, ainda tenho só 17.

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