domingo, 8 de dezembro de 2013

Quem tem cor tem conta!

Dando um giro pela cidade, passei por três zonas da mesma, pude observar uma intensa movimentação policial, de longe muito diferente do costume. Talvez esse aumento seja devido as estatísticas que indica a cidade como uma das mais violentas. Mas será que aumentando o efetivo policial resolve o problema? Será que esses mesmo policiais estão preparados para atuar nas ruas de forma adequada? Pois bem, nosso querido governador 'tacou' viatura na rua e policiais em terminais de ônibus, talvez isso não seja a melhor forma de conter a violência, pode ser até que seja, mas como todas as ações do governo, são coisas momentâneas, é igual fazem em nossas ruas, quando surge um buraco resolvem com os famosos tapa-buracos, que dura uma semana, ou até a próxima chuva, voltando com proporções maiores. É a mesma coisa que estão fazendo, o imediatismo, aumentou o efetivo policial, o que vai baixar a criminalidade por certo tempo, e depois disso os crimes retornarão em proporções maiores. Porque é mais fácil colocar diversos policiais DESPREPARADOS nas ruas, do que fazer investimento na base da educação, que seria no ensino fundamental e médio, onde por meio de uma educação de qualidade o indivíduo não precisaria estar adentrando ao crime para satisfazer suas necessidades reais e as superfulas que são induzidas pelo meio capitalista. Quando estava no terminal a menos de um metro de mim ocorria uma abordagem policial, fiquei observando, os policiais "aleatoriamente" abordava pessoas que transitavam o local, as pessoas abordadas eram predominantemente de homens, negros, vestimentas "humildes". Neste caso podemos ver que no Brasil o racismo não existe... É pessoal, aqui o racismo não existe, os policiais abordam de preferência os negros porque negro tem tendência a oferecer maior risco a sua segurança, é por segurança. Em uma palestra que participei, teve um palestrante que proferiu uma fala que me fez refletir, sábia por sinal, a seguinte "ser afrodescendente é uma coisa, ser negro é outra", com essa fala explica muita coisa, nos brasileiros somos praticamente todos afrodescendentes, portanto eu por minha tonalidade de pele nunca sofri preconceito, que eu saiba, porém aqueles que têm a tonalidade negra, que é 'negro de pele' convive com o preconceito diariamente, seja de forma disfarçada, ou explicita. Queria dizer aos nossos senhores da segurança, que bandido não tem cor está bem, quantos bandidos branquelos imundos que estão por ai, e o pior, em locais de poder de ação, e escondidos, então tomem cuidado, sou pardo mas posso te roubar tranquilamente. O mundo teve a noticia recentemente da morte de Mandela, não vou dizer Nelson, porque Nelson é um dos nomes de branco que eles davam pros preto. Madiba morre mas o preconceito não, ele está tão vivo quanto você, e até em você, então honre Mandela e faça um favor ao mundo, erradique seu preconceito estúpido. Voltando a abordagem policial, os mesmo estavam de arma em punho em meio a dezenas de pessoas, não tendo consciência de que com aquela arma poderia em um suposto 'descuido' está disparando em uma pessoa que não demonstrava perigo algum, e quando isso ocorre, vão à TV e dizem que foi disparo acidental, se fossem pessoas preparadas para seu oficio não havia acidente algum, e será por que em bairro nobre não há disparo acidental? Talvez porque a abordagem de favelado e burguês seja totalmente diferente. E a forma truculenta na qual abordava aqueles homens, me senti desrespeitado por eles, fazendo com que aqueles indivíduos fossem humilhados em meio a tantas pessoas sem ter feito nada que justificasse aquela abordagem. Como diz o grupo 'Thiagão e os kamikaze do gueto', "respeito e medo é diferente só para vocês saberem", não é dessa forma que os policiais vão conseguir respeito, só injetam revolta em quem já é revoltado. Então queridos administradores das nossas belas cidades brasileiras, encher a cidade de policial não é a solução, deixem de desviar a verba que é destinada para educação e cumpram com o que lhes é de obrigação, mude a realidade da nossa educação, que mudará a realidade de toda a sociedade, por ser um pedido utópico, cabe a nós, meros cidadãos fazer com isso se torne realidade, faça a sua parte, que mesmo tendo 17, farei a minha.

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