terça-feira, 22 de julho de 2014

Qual a graça da desgraça?

Depois de alguns meses tenho o desprazer de assistir o jornalismo sensacionalista estúpido que é realizado pelo programa "Cidade alerta" da TV Record. É entristecedor ver que a ignorância continua sendo propagada da mesma forma mesmo tendo se passado alguns meses, aquele típico jornalismo medíocre que "sensacionaliza" as desgraças sociais de nosso país, que trata de forma naturalista situações horripilantes e ainda faz piadinha com as mesmas, que infelizmente por seu status de hospedagem torna-se formador de opinião aproveitando da fragilidade de esclarecimento de boa parte da população. 
A mocinha, âncora (temporária pelo que percebi), com seu blazer de tonalidade mostarda, que ostenta com gosto o sapatinho novo, emiti um discurso nada elegante. Ao relatar um evento onde um cidadão encontra-se chorando após ser detido cometendo crimes, ela inicia um diálogo não recíproco com a figura da filmagem do indivíduo, e sua fala tem predominância de consequências do ato do rapaz para a sociedade, mas em momento algum, em nenhum momento, questiona ou sequer elucida as consequências da sociedade para o ato do indivíduo, demonstrando erroneamente que o indivíduo atua na sociedade, mas a sociedade não atua no indivíduo. Um pensamento simplista, sensacionalista, que visa apenas os interesses da emissora na conquista do público. 
A postura de todo o corpo que compõe o programa e até mesmo da emissora, é digna de nojo e total repulsa por minha parte. A degustação das desgraças da sociedade por esse tipo de trabalho é uma afronta a todos os direitos legitimados pela declaração universal dos direitos humanos, já que a função destes jornais é unicamente de fazer grandes circos com tragédias. Nesse raciocínio as desgraças da sociedade são eventos benéficos para esse tipo de jornalismo, pois degustam de tais, e se eventualmente esses casos fossem extintos esses programas não teriam com o que "sensacionalizar'", os urubus teriam que procurar outra carniça, logo possuem função de manter essas atrocidades. Fazendo uma breve comparação, na copa quando ocorre invasão de campo, a televisão imediatamente volta a câmera para outro lado e não mostra o ato, com justificativa que isso contribui de forma a incentivar que atos semelhantes aconteçam, trazendo isso para a mediocridade realizada por jornais sensacionalista, além de transmitir fazem um showzinho do evento, dessa forma fica o questionamento, qual o peso dessas situações para a sociedade, e até que ponto podemos aceitar isso, lembrando que esses programas não passam de produtos que nos são vendidos, o que me faz temer por ser um reflexo da sociedade, se é vigente pessoas partilham desses absurdos, que em minha concepção se da pela ignorância mantida intencionalmente. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário